terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

EU MUDO MEU MUNDO (OS 3 M's)

Dia desses, acordei com o rádio do vizinho estrondando minha janela. Noite dessas, acordei engasgada com uma fumaça e descobri que outro morador decidiu botar fogo no entulho que ocupava seu terreno. Dias e noites assim têm se tornado comuns, não que sejam agradáveis, pelo contrário, são situações bem chatas.

Lembro que há alguns anos música alta quase não existia, o barulho mais comum na minha rua era o que fazíamos no nosso jogo de queimada ou no rouba-bandeira. Fumaça até que tinha, mas não no meio da noite e não para se livrar de lixo, que aliás era produzido em quantidade bem menor por famílias como as do meu bairro. Não acredito estar vivendo uma crise nostálgica, apenas não dá pra desprezar tamanhas mudanças.     

Nessa mesma época (anos 90),  meus pais e meus vizinhos (os mesmos de hoje) se juntavam nos finais de semana para limpar a rua. Não era um movimento organizado, bastava que um saísse e começasse a varrer que outros se juntavam. Tudo era motivo para conversar e cuidar do ambiente comum a todos - a rua. Hoje, não vejo mais as pessoas cuidarem da rua, não se preocupam nem mesmo em botar o saco de lixo no local e dia indicados. Não há consciência sobre o espaço comum, há um desprezo pelo bem público, algo como 'é de todo mundo então é de ninguém'. Não querendo desprezar o papel do poder público na limpeza de vias e etc, mas vejo as pessoas a cada dia reclamando mais e fazendo menos. Exigindo muito e dando pouco de si. A história da minha rua, que era limpa pelos moradores, é um exemplo de que podemos fazer mais do que estamos fazendo. 

Por falar nisso, outro dia desses fui na nova franquia da subway em Nova Lima, a primeira da sede. A fila gigantesca não abalou minha vontade de apreciar o meu favorito frango teriyaki com molho barbecue. O que me desanimou mesmo foi ter que me sentar em uma mesa, que parecia ter sido usada por uma família de dinossauros. Os pais despedaçaram a comida e espalharam farelos, enquanto as crianças se divertiam com os guardanapos pela mesa. A lixeira - item estranho a uma geração desacostumada a atividades básicas - estava ali a menos de 2m da mesa, mas ao fim do lanche eles simplesmente se levantaram e foram embora. Antes que um dos funcionários recolhesse a bagunça, eu mesma o fiz. Vergonha? Nenhuma, o sentimento foi bem outro, um certo desespero pelo futuro daquelas crianças e aqueles adultos incapazes de perceber a importância de suas ações, ou da falta delas, no mundo.


Vejo a cada dia crescerem os espaços em jornais, revistas e na televisão para que as pessoas botem a boca no trombone, reclamem e façam com que seus problemas sejam vistos por quem pode resolvê-los, ou pelo menos deveria. É gente reclamando de mato alto em terreno alheio, buraco na rua, falta de fiscalização de bares. E o mais comum agora, gente denunciando o mau uso da água. Corretíssimos! O poder público, empresas privadas e quem quer que seja deve cumprir suas obrigações. Mas e você, cidadão cheio dos direitos, já parou pra pensar, ou melhor já parou de ficar parado pensando e começou a agir?

O problema é que nossa cabeça formada nas melhores faculdades, que presta serviço nas melhores empresas, esqueceu como fazer coisas simples, pra tudo precisamos de um projeto escrito nas normas da ABNT e aprovado em um dos concursos de incentivo à cultura, ao esporte etc. Esquecemos como é pegar uma vassoura e limpar a frente da casa, esquecemos que nosso vizinho não é obrigado a ouvir o que queremos e quando queremos, esquecemos de ser protagonistas e nos tornamos observadores chatos e ranzinzas do mundo que nos cerca. 

É preciso acreditar que o ordinário é mais importante do que o extraordinário. E o que tem de melhor nisso, é que pessoas comuns como eu e você podemos fazer a diferença. #apenasacredite 


 CAMPANHA 3M -MUDO MEU MUNDO

 3 DICAS SIMPLES

 1 - Troque o "não é da minha conta" pelo "eu dou conta"
 2 - Abaixe o volume do rádio e escute mais o seu coração.
 3 - Reconheça deveres em vez de apenas focar em seus direitos. 


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