quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Os garotos da rua de trás e as meninas dos anos 90


Vejo em minha linha do tempo centenas de notícias todos os dias. Sigo portais de todos os tipos, desde aqueles que me trazem reflexões religiosas, passando pelo glamour supérfluo de celebridades chegando nas hard news.  Mas nessa quarta-feira, 25/02/15,um título me saltou as olhos e me vi imediatamente transportada pra uma fase da minha vida, um tempo entre minha infância  e adolescência.

A manchete do jornal O Globo dizia: Backstreet boys voltam ao Brasil em junho. Imediatamente cliquei no link e, em um segundo, estava digitando frenética ctrl + f em busca das palavras belo + horizonte, e antes que eu terminasse a busca,a linha fina já trazia o complemento mais esperado pelo meu coração ansioso: A boy band se apresentará no Rio, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife. ( Depois descobri que a ordem escolhida pelo jornal não fora a da data do show e sim a ordem do critério rio-saopaulino de ver o Brasil. Recife será a primeira capital e Belo Horizonte a segunda).

Claro que assim que tive a confirmação compartilhei o link no facebook e aguardei o frenesi das primas e amigas que formaram o fã clube do BSB no bairro. A reação foi imediata. Curtidas, comentários. Juro que podia ver a carinha de cada uma delas cantando e dançando 'Everybody' 'as long as you love me'. Lembro que  naquela época não tínhamos lá muita noção do que estava sendo dito, mas gostávamos do ritmo e as famosas revistas de tradução de músicas nos ajudavam um pouco (quando podíamos comprá-las porque download não era coisa comum pra gente).



A contagem regressiva já começou. E não, eu não estou exagerando e nem querendo voltar a ser adolescente, mas é que o simples fato dos BSB estarem aqui pertinho, traz de volta lembranças que não quero esquecer. Dias na casa das primas, junto das amigas. Sem luxo, sem computador. Apenas um radio e um CD da banda já era motivo pra muita conversa. "qual seu preferido?", "O nick ta namorando?". Adorava quando nossos aniversários se tornavam palco para nossas apresentações, adorávamos exibir nossas coreografias, ensaiávamos dias e dias... saudades meninas, espero vocês no show!

E, como eu avisei na chamada do post "Quem nunca juntou as amigas e vizinhas pra treinar coreografia de 'everybody' ou 'as long as you love me' e apresentou a dança nas festas de aniversário, que jogue a primeira pedra e tell me WHY".

ps: não estamos velhas. 









quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Feliz Aniversário, Nova Lima!


Aniversário é uma data especial, dia em que se espera abraços, atenção e, quem sabe, um presentinho. Para as crianças então não há nada melhor. Dia de festa e paparicações. Mas na medida em que o tempo passa e aumenta o número de velas no bolo, aumenta o  peso e nasce um desejo de esconder a realidade de que envelhecemos.

As festas são diferentes, tem sempre aquelas piadinhas sobre a idade. 25 anos? em cada perna né. Imagine então quando o  aniversariante tem mais de 160 mil pernas. Caso da cidade de Nova Lima, que hoje completa 314 anos e tem cerca de 80 mil habitantes. O peso fica  ainda maior.


Foto: Ney Morão

Fardo que carrega uma cidade que há mais de 3 séculos alimenta o voraz apetite de seus exploradores. Desde aqueles que extraíram as riquezas de seu sub solo na época das minas, até os que hoje se beneficiam do domínio de sua valiosa superfície.

Como um organismo parasitado por poderosos e insaciáveis desejos, Nova Lima grita por socorro. Espera que seu povo de "calor fraternal verdadeiro" exerça aquilo que a união é capaz de fazer: transformar.


  • Transformar o egoísmo que levanta cercas e constrói casas de luxo para poucos em harmonia de interesses. 
  • Transformar o  desejo de poder sobre o dinheiro que sai em forma de minério das nossas montanhas em justiça social. 
  • Transformar política em discussões que ultrapassem as barreiras da manutenção do poder.
  • Transformar a prefeitura e os serviços públicos em mais do que uma fonte de renda para algumas famílias.


Enfim,  feliz aniversário, Nova Lima. E, que,  a preservação  das características cantadas em seu hino seja a maior alegria para que seu povo ordeiro celebre hoje e sempre!


Hino à cidade: 


Nova Lima, cidade do amor,
Namorada do sol, do luar;
Deu-te o nome teu filho poeta,
Deu-te Deus esse encanto sem par.

Nova Lima, cidade da paz,
Do calor fraternal verdadeiro,
Tu progrides ao som do trabalho
Do teu povo afável e ordeiro.

Nova Lima, poema de luz,
Meiga dádiva da natureza,
Iluminaram as tuas montanhas
Plenilúnios de rara beleza.

Nova Lima do rico metal,
Terra do ouro de lúcido brilho
Nas entranhas da terra e também
Dentro do coração de teu filho.




terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Caos e caôs: EU MUDO MEU MUNDO (OS 3 M's)

Caos e caôs: EU MUDO MEU MUNDO (OS 3 M's): Dia desses, acordei com o rádio do vizinho estrondando minha janela. Noite dessas, acordei engasgada com uma fumaça e descobri que outro mo...

Caos e caôs: EU MUDO MEU MUNDO (OS 3 M's)

Caos e caôs: EU MUDO MEU MUNDO (OS 3 M's): Dia desses, acordei com o rádio do vizinho estrondando minha janela. Noite dessas, acordei engasgada com uma fumaça e descobri que outro mo...

EU MUDO MEU MUNDO (OS 3 M's)

Dia desses, acordei com o rádio do vizinho estrondando minha janela. Noite dessas, acordei engasgada com uma fumaça e descobri que outro morador decidiu botar fogo no entulho que ocupava seu terreno. Dias e noites assim têm se tornado comuns, não que sejam agradáveis, pelo contrário, são situações bem chatas.

Lembro que há alguns anos música alta quase não existia, o barulho mais comum na minha rua era o que fazíamos no nosso jogo de queimada ou no rouba-bandeira. Fumaça até que tinha, mas não no meio da noite e não para se livrar de lixo, que aliás era produzido em quantidade bem menor por famílias como as do meu bairro. Não acredito estar vivendo uma crise nostálgica, apenas não dá pra desprezar tamanhas mudanças.     

Nessa mesma época (anos 90),  meus pais e meus vizinhos (os mesmos de hoje) se juntavam nos finais de semana para limpar a rua. Não era um movimento organizado, bastava que um saísse e começasse a varrer que outros se juntavam. Tudo era motivo para conversar e cuidar do ambiente comum a todos - a rua. Hoje, não vejo mais as pessoas cuidarem da rua, não se preocupam nem mesmo em botar o saco de lixo no local e dia indicados. Não há consciência sobre o espaço comum, há um desprezo pelo bem público, algo como 'é de todo mundo então é de ninguém'. Não querendo desprezar o papel do poder público na limpeza de vias e etc, mas vejo as pessoas a cada dia reclamando mais e fazendo menos. Exigindo muito e dando pouco de si. A história da minha rua, que era limpa pelos moradores, é um exemplo de que podemos fazer mais do que estamos fazendo. 

Por falar nisso, outro dia desses fui na nova franquia da subway em Nova Lima, a primeira da sede. A fila gigantesca não abalou minha vontade de apreciar o meu favorito frango teriyaki com molho barbecue. O que me desanimou mesmo foi ter que me sentar em uma mesa, que parecia ter sido usada por uma família de dinossauros. Os pais despedaçaram a comida e espalharam farelos, enquanto as crianças se divertiam com os guardanapos pela mesa. A lixeira - item estranho a uma geração desacostumada a atividades básicas - estava ali a menos de 2m da mesa, mas ao fim do lanche eles simplesmente se levantaram e foram embora. Antes que um dos funcionários recolhesse a bagunça, eu mesma o fiz. Vergonha? Nenhuma, o sentimento foi bem outro, um certo desespero pelo futuro daquelas crianças e aqueles adultos incapazes de perceber a importância de suas ações, ou da falta delas, no mundo.


Vejo a cada dia crescerem os espaços em jornais, revistas e na televisão para que as pessoas botem a boca no trombone, reclamem e façam com que seus problemas sejam vistos por quem pode resolvê-los, ou pelo menos deveria. É gente reclamando de mato alto em terreno alheio, buraco na rua, falta de fiscalização de bares. E o mais comum agora, gente denunciando o mau uso da água. Corretíssimos! O poder público, empresas privadas e quem quer que seja deve cumprir suas obrigações. Mas e você, cidadão cheio dos direitos, já parou pra pensar, ou melhor já parou de ficar parado pensando e começou a agir?

O problema é que nossa cabeça formada nas melhores faculdades, que presta serviço nas melhores empresas, esqueceu como fazer coisas simples, pra tudo precisamos de um projeto escrito nas normas da ABNT e aprovado em um dos concursos de incentivo à cultura, ao esporte etc. Esquecemos como é pegar uma vassoura e limpar a frente da casa, esquecemos que nosso vizinho não é obrigado a ouvir o que queremos e quando queremos, esquecemos de ser protagonistas e nos tornamos observadores chatos e ranzinzas do mundo que nos cerca. 

É preciso acreditar que o ordinário é mais importante do que o extraordinário. E o que tem de melhor nisso, é que pessoas comuns como eu e você podemos fazer a diferença. #apenasacredite 


 CAMPANHA 3M -MUDO MEU MUNDO

 3 DICAS SIMPLES

 1 - Troque o "não é da minha conta" pelo "eu dou conta"
 2 - Abaixe o volume do rádio e escute mais o seu coração.
 3 - Reconheça deveres em vez de apenas focar em seus direitos. 


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Sobre 2015

Ou os brasileiros estão cada vez mais ricos e felizes, ou o marketing pessoal via redes sociais passou a ser uma de suas grandes especialidades. 2015 está aí pra justificar ou, pelo menos, para ilustrar essas duas hipóteses. Em menos de 48 horas, o novo ano já foi toptrend e motivou milhares de postagens nas redes. Não faltam sorrisos. Sobram poses. As paisagens são diversas, mas uma delas ganha destaque. No calor típico de janeiro, as piscinas aparecem na timeline na mesma medida em que cresce a vontade de sair correndo rumo à mais próxima, ou talvez a mais bela, não importando a distância. Basta uma olhada rápida no instagram para perceber como estão todos felizes, como aprenderam a se divertir e a fazer boas escolhas para as férias. Aos que ainda contam as horas para trocar de lugar com aqueles de quem, por hora, só podem 'invejar, restam duas opções. Esperar a hora do protagonismo alegre e refrescante nas redes sociais chegar, ou então, torcer para que o verão acabe logo e as folhas do outono cubram tamanha insdiscrição...